quinta-feira, 10 de setembro de 2009

Lembranças 3

Como dizia o Ernesto, “ainda há de chegar o tempo das muié pagá pros home”.Naqueles tempos, isso jamais poderia acontecer. O homem que aceitasse essa afronta, seria ridicularizado. Só o homem tinha o direito de pagar para a mulher.Os tempos mudam. O que o Ernesto dizia, hoje é mais do que natural. Em muitas rodas de amigos, as despesas são “rachadas” , chegando em alguns casos, totalmente pagas pelas mulheres.Voltando ao comercio local, tinham também os seguintes armazéns: Do Dito Prianti, do João Ramos, do Zé Amadeu, do Seu Irineu e do Nhô Nito Vaz. Com exceção do João Ramos e do Nhô Nito Vaz, os demais pertenciam a família Prianti.De todos os armazéns, o mais completo era o do Nhô Nito. Desde agulha até gasolina ele vendia. Era o único que tinha gasolina para vender. Era transportada de Santa Isabel em tambores de 200 litros. O consumo era pouco já que os veículos, sendo o de maior quantidade eram caminhões que transportavam leite para a cooperativa de Santa Isabel. Que eu me lembre, os demais eram o Ford 1951 se não me engano de cor cinza do Mario Tolino, o Jeep Land Rover verde do Ignacinho Fortes e o Volks 1951 branco do Donzinho. Para falar bem a verdade, a gasolina estocada no armazém do Nhô Nito, era apenas para um quebra galho. Os veículos quando viajavam, principalmente para Santa Isabel, no retorno completavam o tanque, pois sabiam da dificuldade que encontrariam se o combustível acabasse em Igaratá. Comumente era mais usada pelos sitiantes para abastecer motores de picadeira de cana, de geradores de energia para carregar baterias que seriam usadas para funcionar rádios, etc.Os bares eram os do Seu Miguel, do Zé Bino e do Antonio Pinheiro. Muito tempo depois, apareceram o da Dona Geralda, do Chico Lourenço que depois passou a pertencer ao “Fritz” e o do João do Bar. Este último tinha uma mesa de “snooker” . Além do futebol e pescaria, era a única distração que tínhamos. Dois eram os alambiques; o do Ignácio Filadelfo Fortes e o do João Tolino. Amigos; aquilo sim que era cachaça da boa! Feita da cana de açúcar bem madura sem mistura alguma. Açougue era o Dito Barbosa. Normalmente passava de mão em mão, já que o consumo de carne era um boi por semana abatido no sábado de manhã. Quanto ao estudo, com exceção das salas na zona rural em que a professora administrava aulas do primeiro ao quarto ano, pois assim era denominada a elevação do grau de aprendizado, na “Vila” só tinha um Grupo Escolar com quatro salas de aulas. Diploma se “tirava” ao completar o quarto ano. O meu eu tirei em 1952, sem repetir um ano si quer. A professora era a Dona Maria Aparecida de Oliveira, a Diretora a Dona Maria Adelaide Porto e o servente Seu Otávio Antonio Silvério.

Um comentário:

  1. SR VARLEI
    TODAS ESTAS PESSOAS, MINHA MÃE CONHECEU, LEMBRANDO QUE O SR JOÃO RAMOS DE SOUZA, ERA MEU AVO. MINHA MÃE SEMPRE CONTA ESTAS MESMAS HISTORIAS. FICO CONTENTE EM SABER QUE O SR ESTÁ ESCREVENDO FATOS REAIS DE NOSSA QUERIDA IGARATÁ. TOMARA QUE MUITAS PESSOAS POSSAM DESFRUTAR DESTE SITE, UMAS PARA RELEMBRAR, OUTRAS PARA APRENDEREM. ENY.

    ResponderExcluir