Vou relatar um caso, que as pessoas mais antigas e moradores da “Velha Igaratá”, dizem ter acontecido.
Como a tradição continua duas são as festas religiosas comemoradas anualmente. Uma em louvor à São Benedito, realizada entre os meses de maio e junho e a outra em louvor à Nossa Senhora do Patrocínio que ocorre normalmente no mês de novembro.
Contam, que na festa em louvor à São Benedito, o andor de Nossa Senhora saia na frente e o de São Benedito, saia no final da procissão. Quando a festa era em louvor à Nossa Senhora do Patrocínio, as posições se invertiam.
Certa ocasião, numa dessas festividades, não se sabe qual o motivo, inverteram a posição dos andores.
Quando a procissão já tinha saído da Igreja e percorrido um bom trecho alguém gritou! A posição dos andores está errada!
- Outro retrucou: a procissão já está a caminho! Não tem mais jeito. Seja lá o que Deus quiser!
A procissão seguia normalmente seu caminho. Os fiéis entoavam cânticos religiosos praticados na época. Tudo corria dentro da perfeita normalidade.
De repente, quando a procissão estava no meio do caminho, bem no centro da rua principal da “Velha Igaratá”, o céu começou a escurecer. Nuvens dos tipos, Nimbus e Cúmulos, iam se formando com extrema rapidez.
Começaram a cair os primeiros pingos d’água, que iam engrossando com a mesma rapidez da formação das nuvens.
Relâmpagos, trovões, vento forte que assobiava nos poucos fios da rede elétrica, parecia que o céu ia despencar. A noite em poucos minutos substituía o dia.
A procissão, que calmamente percorria as poucas ruas da velha cidade, se transformou numa tremenda confusão.
Era um tal de corre corre. Salvem-se quem puder!
Como a população era pequena e todo mundo praticamente se conhecia, haja casas para suportar a invasão do povo. Parecia um pandemônio.
O vendaval demorou pouco tempo. O suficiente para acabar com a festa. Mas o susto causado, ninguém esqueceu.
De uma coisa eu sei. Nunca mais inverteram a posição dos andores até o desaparecimento da “Velha Igaratá”, hoje submersa nas profundezas da Represa do Jaguari.
Crença? Superstição?
Eu como não sou São Tomé, continuo acreditando nesse acontecimento, já que uma ex- moradora, da “Velha Igaratá”, falecida há pouco tempo a Nina, mãe do Gerson, mais conhecido pelo apelido de “Boi”, que participou dessa procissão se viva estivesse, poderia confirmar que, morrendo de medo teve que se esconder debaixo de uma mesa na casa de um conhecido!
Nina era minha conhecida
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