Na “Velha Igaratá”, na ausência de jogos amistosos ou encerramento de campeonato regional, para não ficar sem fazer nada aos domingos, era comum programar “rachas”.
O mais comum dos rachas era solteiros versus casados. A disputa era pra valer!
Num desses rachas, Benoni defendia os solteiros e o João Camargo defendia os casados.
Deixe-me explicar quem eram essas duas personagens:
Benoni, vindo da capital de São Paulo, era farmacêutico e proprietário da única farmácia há muito tempo, antes mesmo da inauguração da nova cidade, mudou para Santa Isabel onde reside atualmente.
João Camargo, praticamente todos o conhecem. Na época era funcionário público municipal e exercia a função de Chefe da Junta de Alistamento Militar, no qual se aposentou, tendo também exercido o cargo de Vereador na gestão de 1997 à 2000.
Bem, depois da apresentação desses dois atletas, vamos ao jogo.
Já se passavam trinta minutos do segundo tempo. O jogo que até aquele momento corria tranqüilamente, começou a esquentar.
As faltas começaram a serem mais violentas. O placar não se alterava tudo continuava no zero a zero. Esse era o motivo dos nervos serem se exaltando, a cada minuto que passava.
A vitória sobre o oponente era ponto de honra! Quem é que iria arcar com as despesas da cervejada após o encerramento da peleja?
De repente, numa bola aérea, Benoni pula para cabecear. João Camargo que deve ter a mesma estatura do Benoni, um metro e meio mais ou menos, percebendo que não ia dar para vencer o lance, já que o Benoni estava mais para a bola, o que fez então ?
Como era mais habilidoso, considerado um serelepe, um macaco velho no campo, já que vinha de uma família tradicional na prática de futebol, tendo como exemplo o Zé Camargo, o Fuminho e por último o Zico, sobre o qual falarei no final, quando Benoni subiu para cabecear a bola, João Camargo não titubeou; aplicou uma rasteira no Benoni.
Mal sabia no que resultaria essa sua atitude. Se pudesse adivinhar, talvez não a cometesse.
Benoni, que não tinha pulado mais do que uns trinta centímetros, sendo para ele um grande feito, pela estatura que possui, foi o bastante.
Com a rasteira aplicada pelo João Camargo, Benoni rodopiou no ar e estatelou de cara no chão!
Resultado: quebra do nasal!
O nariz do amigo que já não é pequeno, calculem só como ficou depois de fraturado e inchado.
Benoni não se conformou e nem aceitou as desculpas do João Camargo. Por uns bons tempos ficaram sem conversar.
Já num outro “racha” de solteiros versus casados, vamos apenas mudar os personagens; Zico defendia os casados e eu os solteiros.
Zico já não tinha a mesma habilidade com a bola igual aos seus irmãos. Melhor falando, não tinha habilidade alguma. Para falar a verdade, era bem grosso tanto quanto eu.
Zico atuava de goleiro e eu de ponta direita. Naquele tempo ainda existia essa posição.
Ao entrar em campo eu falei:
- Zico, hoje eu vou marcar um gol em você !
De imediato retrucou :
- Se você marcar um gol, nunca mais eu jogo bola !
No momento me senti humilhado. Como podia um grosso de bola, um frangueiro me desacatar desse jeito? Será que eu era pior do que ele?
Termina o primeiro tempo. Placar: zero à zero.
Zico estava contente e dava aquela risadinha como quem queria dizer:
- Ta vendo papudo!
Eu, do outro lado, chateado, com o saco cheio, aguardava o inicio do segundo tempo.
Começa o segundo tempo. Bola daqui, bola dali. De repente acontece:
Termina o jogo. Placar, solteiros 1 casados 0.
Zico honrou a palavra. Nunca mais jogou bola.
Quem será que marcou o gol? Dá para adivinhar?
Ola eu conheci o Benoni, o João Camargo, o Zé Camargo tenho muitas historia boas pra contar.
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