quinta-feira, 27 de maio de 2010

AS GRANDES POTÊNCIAS

Gostaria de comentar o seguinte assunto:
Conforme declaração do Embaixador Celso Amorim, e confirmado pelo Presidente Lula, o acordo celebrado entre o Brasil e a Turquia com o Irã, é o mesmo que as “grandes potências” (EUA, INGLATERRA, FRANÇA, ALEMANHA, CHINA, RUSSIA etc., tentaram por longos anos não tendo obtido efeito positivo algum.

Por que será, que agora todos se levantam criticando o mesmo acordo celebrado com a participação do BRASIL e TURQUIA e ter conseguido que o Presidente do Irã sentasse numa mesa de negociação e, através de um dialogo passivo, sem arrogância alguma por países chamados de emergentes, que na concepção das Grandes Potências tem pouca influencia no mundo globalizado ?

No problema imobiliário ocorrido nos EUA, que teve enorme repercussão e prejuízo mundial, o BRASIL foi o país como disse o Presidente Lula, que muito pouco sofreu não passando de uma simples “marolinha”.

Meus amigos:
“É livre o direito de expressão do pensamento, vedado o anonimato”. Isto está na Carta Magna.
Para mim, o que as Grandes Potências estão sentindo não passa de uma grande frustração e enorme dor de cotovelo por não terem conseguido o que os “EMERGENTES” conseguiram!

O Brasil não é só o País do carnaval e do futebol!

Temos pessoas de bom senso, com grande capacidade de pensar e resolver problemas que muitos, com a arrogância que tem, só querem resolver, como se diz na gíria. “À Ferro e Fogo”, impondo suas vontades a todo custo e quando não conseguem se desesperam.

Temos que ter um respeito mútuo! O Planeta Terra é de propriedade de todos os habitantes que nele vivem.

Será que a “Guerra do Vietnam” que grande desgraça trouxe cantada em versos e prosas, não foi suficiente? E a invasão do “Iraque” onde o ex-presidente dos Estados Unidos da America Mister George W. Bush, afirmava que Sadam Hussém possuía grande estoque de armas químicas, não tendo após ter devastado o país inteiro ter encontrado uma “agulha” si quer ?

E o atentado terrorista contra as “Torres Gêmeas” consideradas o Cérebro Econômico Mundial não foi o suficiente? A onde se encontra BIN LADEM?

E agora? Aterrorizar o mundo, criar e entrar numa guerra, devastar um país é fácil. Quero ver como sair.

Mas isso não importa! A desgraça, o inferno criado e as “despesas” da guerra maldita ficam por conta do país vencido.

Simplesmente porque um Presidente de uma “Grande Potência” ter desconfiado da existência de armas químicas estocadas nos grandes palácios de Sadam Hussem !

Será que vamos ter uma reprise do passado que só desespero e desgraça trouxe colocando o mundo em pânico?

A paz, a felicidade é um direito de todos!

O urânio não existe apenas para criação de ogivas atômicas! Para isso é preciso que seja enriquecido a 90%. O que não é o caso do Irã que pretende enriquecer somente em 9% e 20% para ser utilizado na produção de energia elétrica e na área medicinal, principalmente na cura do câncer!

Alguém pode me dizer quem foi que criou as duas primeiras bombas atômicas que devastaram as cidades de Hiroshima e Nagasaki no Continente Asiático? Foi uma necessidade? Quem sabe? Será que é isso que tanto medo está causando? Mas nem todos os povos pensam e gostam de agir dessa forma!

O BRASIL é um grande país, que sempre lutou pela pacificação mundial, administrado por um Presidente que tem 76% de aprovação do povo brasileiro, com grande influencia mundial e tem e deve ser respeitado!

Que a Organização das Nações Unidas (ONU) reflita muito bem antes de tomar uma atitude desastrosa e irreparável!
Que a Paz, a Democracia e o Diálogo predomine entre todas as Nações!

Varlei Antonio Peres – Igaratá-SP
Comentário publicado no Jornal Bom Dia em 22/05/2010 que circula em Igaratá e Santa Isabel

quinta-feira, 20 de maio de 2010

quinta-feira, 11 de fevereiro de 2010

CINEMA NA VELHA IGARATÁ

Você sabia que na “Velha” Igaratá por um certo tempo chegou a ter cinema?

Pesquisas efetuadas com pessoas mais antigas, foi lembrado que o cinema pioneiro da “Velha” Igaratá, foi instalado num antigo prédio na Estrada Estadual que ligava Igaratá à Santa Isabel, perto da Rua da Palha, distante uns quinhentos metros da cidadezinha, prédio esse denominado na época de “máquina de arroz” que havia sido desativada lá pelos anos de 1947/1948.

Fiquei sabendo também, que além do filme ser exibido em preto e branco, era mudo. Seu proprietário era o Sr. Jorge Simão que trazia filmes da capital, junto com o senhor Benedito Rodrigues de Freitas, mais conhecido como “Nhô Nito Vaz”.

Como não se tem mais registros a respeito, vamos falar do cinema que eu conheci, como também participei nas projeções dominicais.

À cerca de mais ou menos vinte e um anos. ao sair da Prefeitura e passar pela Banca de Jornais, deparei com o saudoso Padre João Orlando da Paróquia de Santa Isabel, que estava a minha procura.

Disse-me, que no final daquele mês, haveria festa na sua Paróquia, e ele ficou incumbido de contratar uns três conjuntos, hoje mais comumente chamados de “Bandas”, para abrilhantar os festejos.

Pediu-me para entrar em contato com o João do Orioste que atualmente reside na cidade de São José dos Campos, e ver da possibilidade do seu conjunto “VIBRAÇÕES” fazer pelo menos uma apresentação na festa que ia ser realizada. Cabe salientar que o nome do conjunto foi em homenagem ao saudoso Jacob do Bandolim.

Como o Padre João Orlando, nos idos de 60, também era vigário da nossa Paróquia, pois acumulava as duas: Santa Isabel e Igaratá, ainda guardava na lembrança muitos jovens daquela época, outros assuntos vieram à baila.

O principal assunto, foi a respeito do cinema improvisado numa das salas da parte mais nova da Igreja da Velha Igaratá.

Deixem-me explicar, por que parte mais nova:
A frente da Igreja, onde eram celebradas as missas e casamentos, havia sido construída em época bem distante, talvez no século 19, já que as paredes eram de “taipa”, medindo cerca de cinqüenta centímetros de espessura. Já a parte onde se instalava a sacristia e outras salas, havia sido construída recentemente, pois as paredes eram de tijolos.

O espaço da sala onde foi instalado o projetor, não era maior do que cinqüenta metros quadrados, mas podem ter certeza que, mais de cem pessoas se aglomeravam entre os bancos espalhados, além das que permaneciam em pé encostadas nas paredes.

Passar um filme na “Vila”, como carinhosamente era chamada a antiga sede do município, era uma grande façanha !

Para começar, o gerador que produzia a energia elétrica com capacidade para funcionar o projetor era ligado somente das 19 às 21 horas.

O projetor deveria pesar no mínimo uns dez quilos. Os rolos de filmes tinham um diâmetro aproximado de vinte e cinco centímetros, relativamente do tamanho do volante de um fusca aquele de tamanho menor que os jovens da época mais gostavam de usar, sem
falar na lâmpada do projetor, parecendo mais um farol de milha, que quando queimava, já que naquela época não existia estabilizador, a voltagem oscilava muito, dependendo do consumo de energia.

Qualquer chuveiro ou ferro elétrico que fossem ligados e desligados
ao mesmo tempo, alterava a potência da energia, danificando o projetor de filmes, e normalmente a queima da lâmpada.

Ai não tinha jeito. A sessão era interrompida e o restante do filme ficava para a próxima semana.

Certa vez, a notícia que correu pela pequena comunidade, é que seria exibido o filme “O Direito de Nascer”, no qual o ator principal era o Albertinho Limonta, filme esse também transmitido pelas Rádios AM, em forma de novela, e se não me falha a memória, foi a mais longa até hoje transmitida.

Eram quatro rolos de filmes. Pelo horário escasso, era impossível passar de uma só vez. Como era apenas um projetor, na troca de cada rolo de filme, perdia-se no mínimo uns quinze minutos. Não teve jeito. O remédio foi passar em quatro semanas. Um rolo em cada domingo. Foi como se faziam naqueles seriados passados nos cinemas das grandes cidades: continua no próximo domingo!

Mas é isso ai. Valeu apena. Num lugarejo, em que na época, como distração tínhamos apenas transmissões através do rádio à pilha e na Freqüência “AM”, improvisar um cinema, levar ao povo simples as maravilhas das cidades grandes, foi de fato um caso inédito. Após a inundação da antiga sede do município, isso jamais ocorreu.

Aproveitando esta narrativa, quero também registrar um caso pitoresco ocorrido com o nosso querido vigário.

Naquela época, para celebrar missas na nossa Paróquia, se não me engano no terceiro domingo do mês, o Padre João Orlando se deslocava da cidade de Santa Isabel, onde também como já dito, era Pároco.

Seu veiculo era uma lambreta e sua vestimenta obrigatória na época, uma batina preta.

Quando vinha pela estrada que ligava Santa Isabel à Igaratá, ao passar pelo sítio do meu tio Nage, onde eu também morava, bem às margens da estrada, o Padre João Orlando, montado na sua lambreta, em “alta” velocidade, uns “trinta” quilômetros por hora, mais ou menos, com a batina esvoaçando, meu tio, poeta, jornalista e muito espirituoso, num tom brincalhão dizia: Lá vai o “Frei Boy” rezar a sua missa!

Pois é caros leitores. Acredito que o projetor de filmes e a lambreta, se não foram vendidos, devem estar expostos em algum museu sacro.

Quanto ao nosso amigo Padre João Orlando e o meu tio Nage, que Deus, os tenha juntos de si, pois já partiram desta, com certeza para uma melhor!

terça-feira, 12 de janeiro de 2010

FUTEBOL - SOLTEIROS X CASADOS



Na “Velha Igaratá”, na ausência de jogos amistosos ou encerramento de campeonato regional, para não ficar sem fazer nada aos domingos, era comum programar “rachas”.

O mais comum dos rachas era solteiros versus casados. A disputa era pra valer!

Num desses rachas, Benoni defendia os solteiros e o João Camargo defendia os casados.

Deixe-me explicar quem eram essas duas personagens:

Benoni, vindo da capital de São Paulo, era farmacêutico e proprietário da única farmácia há muito tempo, antes mesmo da inauguração da nova cidade, mudou para Santa Isabel onde reside atualmente.

João Camargo, praticamente todos o conhecem. Na época era funcionário público municipal e exercia a função de Chefe da Junta de Alistamento Militar, no qual se aposentou, tendo também exercido o cargo de Vereador na gestão de 1997 à 2000.

Bem, depois da apresentação desses dois atletas, vamos ao jogo.

Já se passavam trinta minutos do segundo tempo. O jogo que até aquele momento corria tranqüilamente, começou a esquentar.

As faltas começaram a serem mais violentas. O placar não se alterava tudo continuava no zero a zero. Esse era o motivo dos nervos serem se exaltando, a cada minuto que passava.

A vitória sobre o oponente era ponto de honra! Quem é que iria arcar com as despesas da cervejada após o encerramento da peleja?

De repente, numa bola aérea, Benoni pula para cabecear. João Camargo que deve ter a mesma estatura do Benoni, um metro e meio mais ou menos, percebendo que não ia dar para vencer o lance, já que o Benoni estava mais para a bola, o que fez então ?

Como era mais habilidoso, considerado um serelepe, um macaco velho no campo, já que vinha de uma família tradicional na prática de futebol, tendo como exemplo o Zé Camargo, o Fuminho e por último o Zico, sobre o qual falarei no final, quando Benoni subiu para cabecear a bola, João Camargo não titubeou; aplicou uma rasteira no Benoni.

Mal sabia no que resultaria essa sua atitude. Se pudesse adivinhar, talvez não a cometesse.

Benoni, que não tinha pulado mais do que uns trinta centímetros, sendo para ele um grande feito, pela estatura que possui, foi o bastante.

Com a rasteira aplicada pelo João Camargo, Benoni rodopiou no ar e estatelou de cara no chão!

Resultado: quebra do nasal!

O nariz do amigo que já não é pequeno, calculem só como ficou depois de fraturado e inchado.

Benoni não se conformou e nem aceitou as desculpas do João Camargo. Por uns bons tempos ficaram sem conversar.

Já num outro “racha” de solteiros versus casados, vamos apenas mudar os personagens; Zico defendia os casados e eu os solteiros.

Zico já não tinha a mesma habilidade com a bola igual aos seus irmãos. Melhor falando, não tinha habilidade alguma. Para falar a verdade, era bem grosso tanto quanto eu.

Zico atuava de goleiro e eu de ponta direita. Naquele tempo ainda existia essa posição.

Ao entrar em campo eu falei:
- Zico, hoje eu vou marcar um gol em você !
De imediato retrucou :
- Se você marcar um gol, nunca mais eu jogo bola !



No momento me senti humilhado. Como podia um grosso de bola, um frangueiro me desacatar desse jeito? Será que eu era pior do que ele?

Termina o primeiro tempo. Placar: zero à zero.

Zico estava contente e dava aquela risadinha como quem queria dizer:
- Ta vendo papudo!

Eu, do outro lado, chateado, com o saco cheio, aguardava o inicio do segundo tempo.

Começa o segundo tempo. Bola daqui, bola dali. De repente acontece:
Termina o jogo. Placar, solteiros 1 casados 0.

Zico honrou a palavra. Nunca mais jogou bola.

Quem será que marcou o gol? Dá para adivinhar?

Morro Azul



Nos relatos anteriores, tentei fazer com que os leitores, através da imaginação, conseguissem visualizar as belezas da Velha Igaratá.

Fiz uma descrição do Poço do Ouro, do Piquirá, como também da própria cidade antiga que carinhosamente chamávamos de “Vila”.

Mas nem tudo está naufragado.

Além da majestosa Represa do Jaguari, temos um local ainda não explorado, que além da sua beleza natural, é um ótimo ponto turístico, que o nome mais apropriado seria “Mirante de Igaratá”.

Estou falando do Morro Azul!

A distancia entre a sede do município e o Morro Azul é de aproximadamente uns oito quilômetros.

Não temos oficialmente a sua altitude, mas já que a sede do município está há 773,00 metros acima do nível do mar, e o Morro Azul sendo bem mais alto, acreditamos que sua altitude deve estar em torno de 900,00 metros.

É um local que merece ser conhecido, principalmente ao entardecer.

De lá, você poderá a olho nu, enxergar nitidamente, além de grande parte da Represa do Jaguari, as cidades de São José dos Campos, Jacareí e Igaratá.

Isso não quer dizer que, mesmo durante o dia você não poderá apreciar este espetáculo, mas é que ao entardecer, as cidades, todas iluminadas, tornam o espetáculo bem mais emocionante.

Se houver lua cheia, ai então a vista que se tem principalmente da Represa do Jaguari, é deveras fascinante.

Não sei por que, talvez por falta de divulgação, o Morro Azul até hoje não foi explorado economicamente.

Acredito que grandes empreendedores poderiam se beneficiar com a instalação de uma plataforma de Asa Delta, Teleféricos, Restaurantes ou Lanchonetes, o que também seria de grande importância para a economia do município, sem falar na tão importante oferta de mão de obra.

Acredito que qualquer que fosse o investimento, é mais do que certo o retorno do investimento em médio prazo.

Pois é caros leitores, pena que muitas belezas naturais, incluindo a Velha Igaratá se não tivessem sido submersas, indiscutivelmente seriam tombadas como Patrimônio Cultural.

Mas o que fazer, se as necessidades do ser humano falam mais alto?

Por sorte, alguma coisa ainda nos resta e jamais as necessidades ou a ganância dos homens nos tomarão!

Só mesmo um novo “Dilúvio”, se é que de fato ocorreu, poderá submergir o Morro Azul.

Mas enquanto isso não se consumar, você, caro leitor amigo, ainda poderá desfrutar dessa beleza natural que se encontra bem pertinho da nossa cidade.

terça-feira, 5 de janeiro de 2010

TROCA DOS ANDORES


Vou relatar um caso, que as pessoas mais antigas e moradores da “Velha Igaratá”, dizem ter acontecido.

Como a tradição continua duas são as festas religiosas comemoradas anualmente. Uma em louvor à São Benedito, realizada entre os meses de maio e junho e a outra em louvor à Nossa Senhora do Patrocínio que ocorre normalmente no mês de novembro.

Contam, que na festa em louvor à São Benedito, o andor de Nossa Senhora saia na frente e o de São Benedito, saia no final da procissão. Quando a festa era em louvor à Nossa Senhora do Patrocínio, as posições se invertiam.

Certa ocasião, numa dessas festividades, não se sabe qual o motivo, inverteram a posição dos andores.

Quando a procissão já tinha saído da Igreja e percorrido um bom trecho alguém gritou! A posição dos andores está errada!

- Outro retrucou: a procissão já está a caminho! Não tem mais jeito. Seja lá o que Deus quiser!

A procissão seguia normalmente seu caminho. Os fiéis entoavam cânticos religiosos praticados na época. Tudo corria dentro da perfeita normalidade.

De repente, quando a procissão estava no meio do caminho, bem no centro da rua principal da “Velha Igaratá”, o céu começou a escurecer. Nuvens dos tipos, Nimbus e Cúmulos, iam se formando com extrema rapidez.

Começaram a cair os primeiros pingos d’água, que iam engrossando com a mesma rapidez da formação das nuvens.

Relâmpagos, trovões, vento forte que assobiava nos poucos fios da rede elétrica, parecia que o céu ia despencar. A noite em poucos minutos substituía o dia.

A procissão, que calmamente percorria as poucas ruas da velha cidade, se transformou numa tremenda confusão.

Era um tal de corre corre. Salvem-se quem puder!

Como a população era pequena e todo mundo praticamente se conhecia, haja casas para suportar a invasão do povo. Parecia um pandemônio.

O vendaval demorou pouco tempo. O suficiente para acabar com a festa. Mas o susto causado, ninguém esqueceu.

De uma coisa eu sei. Nunca mais inverteram a posição dos andores até o desaparecimento da “Velha Igaratá”, hoje submersa nas profundezas da Represa do Jaguari.

Crença? Superstição?

Eu como não sou São Tomé, continuo acreditando nesse acontecimento, já que uma ex- moradora, da “Velha Igaratá”, falecida há pouco tempo a Nina, mãe do Gerson, mais conhecido pelo apelido de “Boi”, que participou dessa procissão se viva estivesse, poderia confirmar que, morrendo de medo teve que se esconder debaixo de uma mesa na casa de um conhecido!